domingo, 27 de julho de 2014

A ORIGEM DA CRIAÇÃO - OS MUNDOS ESPIRITUAIS

CAPITULO III

A ORIGEM DA CRIAÇÃO
Agora que constatamos que hoje existe uma real necessidade de se estudar Cabalá, é hora de aprender algo básico desta sabedoria. Ainda que o escopo deste livro não permita um estudo minucioso dos Mundos Superiores, ao final deste capítulo você terá uma suficiente base sólida para continuar, se desejar estudar a Cabalá a fundo.
Uma palavrinha sobre as figuras: os livros de Cabalá são, e sempre foram, cheios de figuras. As figuras ajudam a descrever os estados ou estruturas espirituais. Desde o princípio, os Cabalistas têm usado figuras como ferramentas para explicar o que eles experimentam no decorrer de seu caminho espiritual. Contudo, é bastante importante lembrar que as figuras não representam objetos tangíveis. Elas são apenas imagens usadas para explicar os estados espirituais, que têm a ver com o mais íntimo relacionamento de alguém com o Criador, com a Natureza.

OS MUNDOS ESPIRITUAIS
A Criação é feita inteiramente de um desejo de receber prazer.
Este desejo se desenvolveu em quatro fases, das quais a última é chamada de “criatura”. Essa estrutura padrão da evolução dos desejos é a base para tudo o que existe.
A Figura 1 descreve a criação da criatura. Se tratarmos a criação como uma história, ela nos ajudará a lembrar que as figuras descrevem estados emocionais, espirituais, e não lugares ou objetos.
Antes de qualquer coisa ser criada, ela tem de ser pensada, planejada. Neste caso, estamos falando sobre a Criação e o pensamento que fez a Criação acontecer. Nós o chamamos de “o Pensamento da Criação.”
No primeiro capítulo, nós dissemos que no passado, o temor que as pessoas tinham pela Natureza as impulsionou a procurar pelo plano dela para elas e para todos nós. Em suas observações, elas descobriram que o plano da Natureza é que nós recebamos prazer. E não apenas qualquer prazer, como aqueles que podemos sentir neste mundo. A Natureza (sobre a qual dissemos que podemos trocar pelo termo, “Criador”) quer que nós recebamos um tipo de prazer muito especial – o prazer de nos tornarmos idênticos a Ela Própria, ao Criador.
Então se você observar a Figura 1, você verá que o Pensamento da Criação é na realidade um desejo de doar prazer (chamado “Luz”) às criaturas. Isto é também a raiz da Criação, onde todos nós começamos.
Os Cabalistas usam o termo Kli (vaso, receptáculo) para descrever o desejo de receber prazer, de receber a Luz. Agora podemos ver porque eles chamaram sua sabedoria de “a sabedoria da Cabalá” (a sabedoria da recepção).
Existe também uma boa razão pela qual eles chamaram o prazer de “Luz.” Quando o Kli – uma criatura, uma pessoa – sente o Criador, esta é uma experiência de grande sabedoria que começa a se manifestar em uma pessoa, como se algo clareasse em mim, e agora eu vejo a Luz. Quando isto acontece conosco, compreendemos que não importa qual sabedoria tenha se manifestado, ela sempre esteve lá, mesmo oculta aos nossos olhos. É como se a escuridão da noite tivesse se transformado em luz do dia e o invisível feito visível. E porque esta Luz traz conhecimento com ela, os Cabalistas a chamam de “Luz da Sabedoria,” e o método para recebela é “a sabedoria da Cabalá.”

OBS.: Imagem obtida do livro "A Cabala Revelada" posteriormente
disponibilizaremos uma melhor imagem de ilustração