segunda-feira, 8 de outubro de 2012

CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

CAPITULO III

Em vista da crise global atual, a humanidade começou a procurar por novas possibilidades e modos de pensar. Tais modos são as antigas, embora muito pertinentes, sabedorias nativas. Para elas, a consciência planetária não é meramente uma noção auxiliar, mas a verdadeira essência delas. Quando estudamos esses modos, entendemos que a nova consciência planetária é na verdade uma velha, consciência perene; que só agora está sendo redescoberta.
De fato, é tarde o bastante para a consciência planetária ser redescoberta. Nós costumávamos pensar que a consciência humana “normal”, típica, é o que captamos com nossos cinco sentidos. Nós consideramos tudo mais, imaginário. A percepção comum era que nós terminávamos onde nossa pele terminava. Outras visões eram consideradas como “nova era,”
“místicas”, ou “esotéricas.” Idéias de que nós, de alguma forma, estamos juntos, de que há um contexto do qual nós somos partes de um grande todo, foram consideradas exceção na história da civilização.
Mas se olharmos para a história das idéias, nós iremos encontrar que a verdade é exatamente o contrário. O pensamento reducionista, mecanicista e fragmentado que se desenvolveu no mundo Ocidental nos últimos 300 anos não é a norma, mas a exceção. Outras culturas não compartilham desta visão. Mesmo o Ocidente não aderiu a ele antes do surgimento da visão de mundo mecanicista que ele herdou como uma aplicação (ou má aplicação) da filosofia da natureza de Newton.
Em outras culturas, assim como no mundo Ocidental antes dos tempos modernos, a consciência prevalecente era uma de integração, de unidade. Culturas mais tradicionais não concordam que as pessoas não têm nada em comum além de interesses passageiros que vêm a coincidir.
As raízes clássicas de todas as tradições de sabedoria são conceitos de uma “consciência planetária.” Este termo define a consciência de nosso destino comum como seres humanos, como cidadãos deste planeta. Se vamos sustentar nossa existência, se vamos assegurar que nossos filhos e netos tenham um futuro seguro e sustentável, precisamos criar uma consciência planetária.
Para movermos adiante, precisamos cultivar uma maneira de pensar que nos habilite a formar uma família humana unida, uma civilização planetária. Contudo, esta civilização não precisaria ser uma cultura monolítica onde todos seguem as mesmas idéias, e uma pessoa ou nação dita tais idéias para todos os outros. Pelo contrário, precisaria ser uma civilização diversa da qual os elementos se reúnem para manter e desenvolver o sistema todo, a civilização planetária da humanidade.
Esta diversidade é o elemento de harmonia, o elemento de paz. Toda sociedade que sobreviveu a possuiu. Apenas as sociedades Ocidentais e ocidentalizadas a esqueceram. No processo de criação do progresso técnico e econômico, elas fragmentaram a integridade, a unidade do sistema. Não podemos perder tempo para restaura-la.
Assim como aprendi através da familiaridade com os escritos do Dr. Laitman, a Cabalá em sua autêntica forma não apenas promove o conceito de unidade e a integridade da humanidade e do universo, ela também oferece medidas práticas para restaura-las quando perdidas.
É minha sincera recomendação ler cuidadosamente este livro, pois ele provê muito mais que conhecimento geral sobre uma antiga sabedoria. Ele também nos provê com uma chave para assegurarmos o bem-estar da humanidade nestes tempos críticos, nos quais encaramos o inédito desafio de escolher entre o caminho regressivo que conduz ao colapso mundial, e o caminho progressivo que pode nos trazer a um mundo de paz, harmonia, bem-estar, e sustentabilidade.
Ervin Laszlo