sábado, 22 de dezembro de 2012

O BERÇO DA CIÊNCIA

CAPITULO I

O conhecimento que os primeiros Cabalistas adquiriram fez mais do que ajuda-los a entender como as coisas trabalhavam por trás dos bastidores. Com ele, eles puderam explicar os fenômenos naturais que todos nós encontramos. Foi apenas natural, então, que eles tornaram-se professores, e que o conhecimento que eles passaram para nós tornou-se a base
tanto para a ciência antiga quanto para a moderna.
Talvez pensemos em Cabalistas como pessoas isoladas, escondidas em sombrias câmaras iluminadas por velas, escrevendo palavras mágicas. Bem, até o fim do século XX, a Cabalá foi de fato mantida secreta. A aproximação clandestina em direção a Cabalá evocou numerosos contos e lendas que circundavam sua natureza. Mesmo sendo a maioria destes contos falsos, eles ainda iludem e confundem mesmo os mais rigorosos pensadores.
Gottfried Leibnitz, um grande matemático e filósofo, abertamente expressou seus pensamentos em sobre como o sigilo afetou a Cabalá: “Porque os homens não tinham a chave certa para o segredo, a sede por conhecimento foi finalmente reduzida a todas as sortes de trivialidades e superstições que trouxeram a frente um tipo de ‘Cabalá vulgar’ que tem pouca coisa em comum com a verdadeira Cabalá, como também diversas fantasias sob o falso nome de mágica, e isto é o que transborda nos livros.”
Mas a Cabalá não foi sempre um segredo. De fato, os primeiros Cabalistas eram bastante abertos com relação ao conhecimento deles, e ao mesmo tempo muito envolvidos com suas sociedades. Freqüentemente, os Cabalistas eram os líderes de suas nações. De todos esses líderes, o Rei Davi é provavelmente o melhor exemplo conhecido de um grande Cabalista que foi também um grande líder.
O envolvimento dos Cabalistas em suas sociedades ajudou os eruditos, seus contemporâneos, a desenvolverem as bases do que nós conhecemos agora como “filosofia Ocidental,” a qual depois se tornou a base da ciência moderna. Referente a isso, eis aqui o que Johannes Reuchlin, um humanista, erudito clássico, e especialista em línguas e tradições antigas, escreveu em seu livro, De Arte Cabbalistica: “Meu professor, Pitágoras, o pai da filosofia, obteve seu ensinamento dos Cabalistas... Ele foi o primeiro a traduzir a palavra, Kabbalah, desconhecida de seus contemporâneos, para a palavra Grega philosophia... A Cabalá não deixa vivermos nossas vidas no pó, mas eleva nossa mente às alturas do conhecimento.”

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O PLANO MESTRE

CAPITULO I

Não é segredo nenhum que a Cabalá não começou com essa atual propaganda modista de Holywood. Ela na verdade esteve por aí há milhares de anos. Quando ela apareceu pela primeira vez, as pessoas eram muito mais próximas à Natureza do que são hoje. Elas sentiam uma intimidade com a Natureza e nutriam um relacionamento com ela.
Naqueles dias, elas tinham poucas razões para separaremse da Natureza. Elas não eram tão autocentradas e alienadas do seu ambiente natural como somos hoje. De fato, naquele tempo,
a humanidade era uma parte inseparável da Natureza e nutria sua intimidade com ela.
Além do mais, a humanidade não conhecia o suficiente sobre a Natureza para sentir-se segura; ao invés disso, nós tínhamos medo de forças naturais, o que nos impelia a relacionarmo-nos com a Natureza como uma força superior a nós.
Sendo íntimas com a Natureza, por um lado, e temendo-a, por outro lado, as pessoas aspiraram não a apenas aprender sobre seu mundo circundante, mas o mais importante, a determinar o que ou quem o governava. Naqueles dias antigos, as pessoas não podiam esconder-se dos elementos da Natureza como fazem hoje; elas não podiam evitar suas dificuldades como fazemos em nosso mundo “feito pelo homem.” E o mais importante, o temor da Natureza, e ao mesmo tempo, a proximidade a ela, impulsionou muitos a procurarem e a descobrirem o plano da Natureza para eles, e simultaneamente, para todos nós.
Aqueles pioneiros na investigação da Natureza queriam saber se a Natureza realmente tinha um objetivo, e se tinha, qual deveria ser o papel da humanidade neste Plano Mestre. Aqueles indivíduos que receberam o mais elevado nível de conhecimento, o do Plano Mestre, são conhecidos como “Cabalistas.”
Um indivíduo singular entre esses pioneiros foi Abraão. Quando ele descobriu o Plano Mestre, ele não apenas o investigou em profundidade, mas antes de tudo falou dele para os outros. Ele compreendeu que a única garantia contra o mistério e o medo era o fato de que as pessoas entendessem completamente o plano da Natureza para elas. E assim que compreendeu isso, ele não economizou esforços ensinando quem quer que quisesse aprender. Por esta razão, Abraão tornou-se o primeiro Cabalista a iniciar uma dinastia de professores de Cabalá: Os estudantes mais dignos se tornavam a próxima geração de professores, que então passava o
conhecimento para a próxima geração de estudantes.
Os Cabalistas se referem ao autor do Plano Mestre como “o Criador,” e ao Plano em si como “O Pensamento da Criação.” Em outras palavras, e isto é importante, quando os Cabalistas falam sobre a Natureza ou sobre as leis da Natureza, eles estão falando sobre o Criador. E vice-versa, quando eles estão falando sobre o Criador, eles estão falando sobre a Natureza e as leis da Natureza. Estes termos são sinônimos.
O termo, “Cabalista,” vem da palavra Hebraica, Kabbalah (“recepção”). A língua original da Cabalá é o Hebraico, uma linguagem desenvolvida especialmente por e para Cabalistas, para ajuda-los a se comunicarem uns com os outros sobre assuntos espirituais. Muitos livros de Cabalá foram escritos em outras línguas, também, mas os termos básicos são sempre em Hebraico.
Para um Cabalista, o termo “Criador,” não significa uma entidade distinta, sobrenatural, mas, o próximo nível que um ser humano deve alcançar quando busca conhecimento superior. A palavra Hebraica para Criador é Boreh, e contém duas palavras: Bo (venha) e Re’eh (veja). Assim, a palavra, “Criador,” é um convite pessoal para se experimentar o mundo espiritual.

http://projetoalquimia.wordpress.com/2012/03/13/kabalah/

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

CAPITULO III

Em vista da crise global atual, a humanidade começou a procurar por novas possibilidades e modos de pensar. Tais modos são as antigas, embora muito pertinentes, sabedorias nativas. Para elas, a consciência planetária não é meramente uma noção auxiliar, mas a verdadeira essência delas. Quando estudamos esses modos, entendemos que a nova consciência planetária é na verdade uma velha, consciência perene; que só agora está sendo redescoberta.
De fato, é tarde o bastante para a consciência planetária ser redescoberta. Nós costumávamos pensar que a consciência humana “normal”, típica, é o que captamos com nossos cinco sentidos. Nós consideramos tudo mais, imaginário. A percepção comum era que nós terminávamos onde nossa pele terminava. Outras visões eram consideradas como “nova era,”
“místicas”, ou “esotéricas.” Idéias de que nós, de alguma forma, estamos juntos, de que há um contexto do qual nós somos partes de um grande todo, foram consideradas exceção na história da civilização.
Mas se olharmos para a história das idéias, nós iremos encontrar que a verdade é exatamente o contrário. O pensamento reducionista, mecanicista e fragmentado que se desenvolveu no mundo Ocidental nos últimos 300 anos não é a norma, mas a exceção. Outras culturas não compartilham desta visão. Mesmo o Ocidente não aderiu a ele antes do surgimento da visão de mundo mecanicista que ele herdou como uma aplicação (ou má aplicação) da filosofia da natureza de Newton.
Em outras culturas, assim como no mundo Ocidental antes dos tempos modernos, a consciência prevalecente era uma de integração, de unidade. Culturas mais tradicionais não concordam que as pessoas não têm nada em comum além de interesses passageiros que vêm a coincidir.
As raízes clássicas de todas as tradições de sabedoria são conceitos de uma “consciência planetária.” Este termo define a consciência de nosso destino comum como seres humanos, como cidadãos deste planeta. Se vamos sustentar nossa existência, se vamos assegurar que nossos filhos e netos tenham um futuro seguro e sustentável, precisamos criar uma consciência planetária.
Para movermos adiante, precisamos cultivar uma maneira de pensar que nos habilite a formar uma família humana unida, uma civilização planetária. Contudo, esta civilização não precisaria ser uma cultura monolítica onde todos seguem as mesmas idéias, e uma pessoa ou nação dita tais idéias para todos os outros. Pelo contrário, precisaria ser uma civilização diversa da qual os elementos se reúnem para manter e desenvolver o sistema todo, a civilização planetária da humanidade.
Esta diversidade é o elemento de harmonia, o elemento de paz. Toda sociedade que sobreviveu a possuiu. Apenas as sociedades Ocidentais e ocidentalizadas a esqueceram. No processo de criação do progresso técnico e econômico, elas fragmentaram a integridade, a unidade do sistema. Não podemos perder tempo para restaura-la.
Assim como aprendi através da familiaridade com os escritos do Dr. Laitman, a Cabalá em sua autêntica forma não apenas promove o conceito de unidade e a integridade da humanidade e do universo, ela também oferece medidas práticas para restaura-las quando perdidas.
É minha sincera recomendação ler cuidadosamente este livro, pois ele provê muito mais que conhecimento geral sobre uma antiga sabedoria. Ele também nos provê com uma chave para assegurarmos o bem-estar da humanidade nestes tempos críticos, nos quais encaramos o inédito desafio de escolher entre o caminho regressivo que conduz ao colapso mundial, e o caminho progressivo que pode nos trazer a um mundo de paz, harmonia, bem-estar, e sustentabilidade.
Ervin Laszlo