sábado, 12 de abril de 2014

CONTROLANDO DESEJOS - UM NOVO DESEJO NA CIDADE

CAPITULO II

CONTROLANDO DESEJOS
Agora que sabemos que os desejos geram o progresso, vejamos como nós os controlamos através da história. Em maior parte, nós tivemos duas maneiras de manipular os desejos:
1. Fazendo todas as coisas virarem hábitos, “domando” os desejos, ou subordinando-os a uma rotina diária;
2. Diminuindo-os e suprimindo-os.
A maioria das religiões usa a primeira opção, “marcando” cada ato com uma recompensa. Para motivar-nos a fazer o que é considerado bom, nossos tutores e aqueles à nossa volta nos recompensam com respostas positivas sempre que fazemos algo “certo”. Conforme envelhecemos, as recompensas param gradualmente, mas nossas ações tornaram-se “marcadas” em nossas mentes como recompensadoras. Logo que nos acostumamos a fazer algo, isto se torna uma segunda natureza para nós. E quando agimos de acordo com nossa natureza, sempre sentimos confortáveis com nós mesmos.
A segunda maneira de controlar nossos desejos – ao reduzi-los - é principalmente usada nos ensinamentos Orientais. Esta abordagem segue uma regra simples: Melhor não querer, do que querer e não ter, ou nas palavras de Lao-tzu (604 AC – 531 AC), “Manifeste modéstia; abrace a simplicidade; reduza o egoísmo; tenha poucos desejos” (O Caminho de Lao- tzu). Por muitos anos, pareceu-nos que estávamos prosseguindo com apenas esses dois métodos. Por mais que não obtínhamos o que queríamos – por causa da regra de que quando você obtém o que deseja, você não mais o deseja – a busca em si era gratificante. Sempre que um novo desejo surgia, nós acreditávamos que este iria certamente preencher nossos anseios. Nós ficávamos esperançosos enquanto nos mantínhamos sonhando; e onde há esperança, há vida, mesmo sem realmente realizar aqueles sonhos. Mas os nossos desejos cresceram. Eles se tornaram cada vez mais difíceis de satisfazer com sonhos irrealizados, com um Kli vazio, sem o preenchimento que era destinado a possuir. E assim, as duas maneiras – domar os desejos e reduzi-los – estão encarando um desafio maior. Quando não conseguimos reduzir os nossos desejos, não temos escolha senão buscar uma maneira de satisfaze-los. Neste estado, ou abandonamos os modos antigos, ou de algum jeito os combinamos com um novo tipo de busca.

UM NOVO DESEJO NA CIDADE

Nós dissemos que existem quatro níveis do desejo de receber: a) desejos físicos por alimento, reprodução, e família; b) riqueza; c) poder e respeito, algumas vezes separado em dois grupos distintos; e d) o desejo por conhecimento. Os quatro níveis são divididos em dois grupos: 1) os desejos animais, o primeiro nível, são compartilhados por todas criaturas; e 2) os desejos humanos, dos níveis dois, três, e quatro, que são exclusivamente humanos. O último grupo é aquele que nos trouxe a onde estamos hoje. Mas hoje existe um novo desejo – o quinto nível da evolução do desejo de receber. Como dissemos no capítulo anterior, no Livro do Zohar está escrito que ao fim do século XX um novo desejo iria aparecer. Este novo desejo não é só um outro desejo; é a culminação de todos os níveis de desejo que o precedem. Não é apenas o desejo mais poderoso, mas contém características que o diferencia de todos os outros desejos. Quando os Cabalistas falam sobre o coração, eles não estão se referindo ao coração físico, mas aos desejos dos primeiros quatro níveis. Mas, o quinto nível de desejo é essencialmente diferente. Ele quer satisfação apenas da espiritualidade, não de alguma coisa física. Este desejo é também a raiz do crescimento espiritual que alguém está destinado a experimentar. Por esta razão, os Cabalistas chamam este desejo de “ponto no coração.”