3-A PERCEPÇÃO DA REALIDADE
Muitos termos são usados para descrever
o entendimento. Para os Cabalistas, o nível mais profundo de entendimento é chamado
de “compreensão” (Nota do Tradutor: da palavra inglesa attainment que pode
significar apreensão, obtenção, atingir, captar, absorver algo). Por estarem
estudando os mundos espirituais, o objetivo deles é alcançar a “compreensão espiritual.”
A compreensão se refere a um tão profundo e detalhado entendimento do que é
percebido que não resta nenhuma pergunta sobre o mesmo. Os Cabalistas escrevem
que ao fim da evolução da humanidade, todos iremos compreender
o Criador em um estado chamado de
“Equivalência de Forma.”
Para alcançar este objetivo, os
Cabalistas cuidadosamente definiram quais partes da realidade devemos estudar,
e quais não devemos. Para determinar estas duas trilhas, os Cabalistas seguiram
um princípio bastante simples: Se algo nos ajuda a aprender de forma mais
rápida e precisa, devemos estuda-lo. Se não ajuda, devemos ignora-lo.
Os Cabalistas em geral, e O Zohar em
particular, nos advertem a estudarmos apenas as partes que podemos perceber com
certeza absoluta. Em todo lugar em que as suposições
estejam envolvidas, não devemos
desperdiçar nosso tempo, ou então nossa compreensão será questionável.
Os Cabalistas também dizem que das
quatro categorias de percepção – Matéria, Forma na Matéria, Forma Abstrata, e Essência
– podemos apenas perceber as duas primeiras com certeza. Por esta razão, tudo
que O Zohar escreve é sobre os desejos (a Matéria) e como usa-los: ou para nós
mesmos ou para o Criador.
O Cabalista Yehuda Ashlag escreve que,
“Se o leitor não souber como ser prudente com os limites, e remover os assuntos
do contexto, ele ou ela será imediatamente confundido.” Isto pode acontecer se
não limitarmos nosso estudo à Matéria e a Forma na Matéria.
Nós precisamos entender que não existe
algo tal como uma “proibição” na espiritualidade. Quando os Cabalistas declaram
algo como “proibido,” significa que é impossível. Quando eles dizem que não
devemos estudar a Forma Abstrata e a Essência, não significa que seremos
atingidos por um raio se o fizermos; significa que não podemos estudar tais
categorias mesmo que queiramos.
Yehuda Ashlag usa a eletricidade para
explicar porque a Essência é imperceptível. Ele diz que podemos usar a eletricidade
em várias maneiras diferentes: para aquecer, esfriar, ouvir música e assistir
vídeos. A eletricidade pode vestir-se em várias Formas; mas podemos expressar a
Essência da eletricidade em si?
Usemos um outro exemplo para explicarmos
as quatro categorias – Matéria, Forma na Matéria, Forma Abstrata, e Essência.
Quando dizemos que determinada pessoa é forte, nós estamos na verdade se
referindo à Matéria daquela pessoa – o corpo – e à Forma que se reveste com sua
Matéria – a força.
Se removermos a Forma da força da
Matéria (o corpo da pessoa), e examinarmos a Forma da força separadamente, sem estar
vestida pela Matéria, isto seria examinar a Forma Abstrata da força. A quarta
categoria, a Essência da pessoa em si, é completamente incompreensível. Nós
simplesmente não temos sentidos que possam “estudar” a Essência e retrata-la de
forma perceptível. Por conseqüência, a Essência não apenas é algo que não
conhecemos agora; nós nunca a conheceremos.
Por que é tão importante focar-se apenas
nas duas primeiras categorias? O problema é que quando lidamos com espiritualidade,
não sabemos quando estamos confusos. Assim
então, continuamos na mesma direção e
somos levados cada vez para mais longe da verdade.
No mundo material, se eu sei o que eu
quero, eu posso ver se estou obtendo-o ou não, ou se no mínimo estou na trilha certa,
rumo a consegui-lo. Este não é o caso da espiritualidade. Lá, quando estou
errado, eu não sou apenas negado do que queria, mas eu até perco meu estado
espiritual presente, a Luz torna-se pouco visível, e me torno incapaz de
redirecionar a mim mesmo corretamente sem a ajuda de um guia. É por isso
que é tão importante entender os três
limites e obedece-los.
3.1-UMA REALIDADE INEXISTENTE
Agora que entendemos o que podemos
estudar e o que não podemos, vejamos o que estamos de fato estudando com os nossos
sentidos. A verdade sobre os Cabalistas é que
eles não deixam nenhuma pedra sem
vira-la. Yehuda Ashlag, que investigou toda a realidade para que ele pudesse
nos contar sobre ela, escreveu que nós não sabemos o que existe fora de nós
mesmos. Por exemplo, não temos idéia daquilo que está do lado de fora de nossos
ouvidos, que faz nosso tímpano responder. Tudo que conhecemos é nossa reação a
um estímulo do exterior.
Até mesmo os nomes que associamos aos
fenômenos não estão conectados aos fenômenos em si, mas à nossa reação a eles.
Muito provavelmente, não estamos cientes de muitas coisas que acontecem em
nosso mundo. Elas podem passar desapercebidas pelos nossos sentidos porque nos
relacionamos apenas com os fenômenos que podemos perceber. Por esta razão, é
completamente óbvio o porquê de não podermos perceber a Essência de qualquer
coisa que esteja fora de nós; podemos apenas estudar nossas reações a ela.
Esta lei da percepção se aplica não
apenas aos mundos espirituais; é a lei de toda a Natureza. Relacionar com a realidade
desta maneira imediatamente nos faz entender que o que vemos não é o que
realmente existe. Este entendimento é de tão grande importância quanto a
obtenção do progresso espiritual.
Quando observamos nossa realidade,
começamos a descobrir coisas que nunca percebemos. Nós interpretamos as coisas
que ocorrem dentro de nós como se estivessem ocorrendo exteriormente. Nós não
conhecemos as verdadeiras origens dos eventos que experimentamos, mas sentimos
que estão acontecendo fora de nós. No entanto, não podemos ter certeza disso.
Para nos relacionarmos corretamente com
a realidade, não devemos pensar que o que estamos percebendo é a imagem “real”.
Tudo que estamos percebendo é como os eventos (as Formas) afetam nossa
percepção (nossa Matéria). Além do mais, o que percebemos não é a imagem exterior
e objetiva, mas nossa reação a ela. Nós não podemos sequer dizer se, e a que proporções,
as Formas que percebemos estão conectadas às Formas Abstratas que associamos a
elas. Em outras palavras, o fato de vermos uma maçã vermelha como vermelha não significa
que ela seja de fato vermelha.
De fato, se você perguntar a físicos, eles dirão a você
que a única verdadeira afirmação que você pode fazer sobre uma maçã vermelha é
que ela não é vermelha. Se você se lembra de como o Masach (a Tela) trabalha, você
sabe que ele recebe o que ele pode receber com o objetivo de doar ao Criador e
rejeita o restante.
Similarmente, a cor de um objeto é determinada pelas
ondas de luz que o objeto iluminado não pode absorver. Nós não estamos vendo a
cor do objeto em si, mas a luz
que o objeto rejeitou. A cor real do objeto é a luz
que ele absorveu; mas porque ele absorveu essa luz, ela não pode alcançar nosso
olho, e nós por conseqüência não podemos vê-la. É por isso que a cor real da
maçã vermelha é qualquer uma que não seja o vermelho.
Eis aqui como Ashlag, no Prefácio ao
Livro do Zohar, se refere à nossa falta de percepção da Essência: “É conhecido
que aquilo que não podemos sentir, nós também não podemos imaginar; e aquilo
que não podemos perceber, nós não podemos imaginar, também. ... Portanto o
pensamento não tem percepção alguma da Essência.”
Em outras palavras, por não podermos
sentir uma Essência, qualquer Essência, nós também não podemos percebe-la. Mas
o conceito que deixa a maioria dos estudantes
de Cabalá completamente perplexos a
primeira vez que eles estudam o Prefácio de Ashlag é quão pouco nós realmente sabemos
sobre nós mesmos. Eis o que Ashlag escreve acerca disso: “Além do mais, nós
sequer conhecemos a nossa própria Essência. Eu percebo e sei que ocupo um certo
espaço no mundo, que sou sólido, quente, e que eu penso, e sei de outras tais
manifestações das operações de minha Essência. Contudo,
se você me perguntar o que é a minha própria
Essência... Eu não saberei o que responder a você.”
3.1-UMA REALIDADE INEXISTENTE
Agora que entendemos o que podemos
estudar e o que não podemos, vejamos o que estamos de fato estudando com os nossos
sentidos. A verdade sobre os Cabalistas é que
eles não deixam nenhuma pedra sem
vira-la. Yehuda Ashlag, que investigou toda a realidade para que ele pudesse
nos contar sobre ela, escreveu que nós não sabemos o que existe fora de nós
mesmos. Por exemplo, não temos idéia daquilo que está do lado de fora de nossos
ouvidos, que faz nosso tímpano responder. Tudo que conhecemos é nossa reação a
um estímulo do exterior.
Até mesmo os nomes que associamos aos
fenômenos não estão conectados aos fenômenos em si, mas à nossa reação a eles.
Muito provavelmente, não estamos cientes de muitas coisas que acontecem em
nosso mundo. Elas podem passar desapercebidas pelos nossos sentidos porque nos
relacionamos apenas com os fenômenos que podemos perceber. Por esta razão, é
completamente óbvio o porquê de não podermos perceber a Essência de qualquer
coisa que esteja fora de nós; podemos apenas estudar nossas reações a ela.
Esta lei da percepção se aplica não
apenas aos mundos espirituais; é a lei de toda a Natureza. Relacionar com a realidade
desta maneira imediatamente nos faz entender que o que vemos não é o que
realmente existe. Este entendimento é de tão grande importância quanto a
obtenção do progresso espiritual.
Quando observamos nossa realidade,
começamos a descobrir coisas que nunca percebemos. Nós interpretamos as coisas
que ocorrem dentro de nós como se estivessem ocorrendo exteriormente. Nós não
conhecemos as verdadeiras origens dos eventos que experimentamos, mas sentimos
que estão acontecendo fora de nós. No entanto, não podemos ter certeza disso.
Para nos relacionarmos corretamente com
a realidade, não devemos pensar que o que estamos percebendo é a imagem “real”.
Tudo que estamos percebendo é como os eventos (as Formas) afetam nossa
percepção (nossa Matéria). Além do mais, o que percebemos não é a imagem
exterior e objetiva, mas nossa reação a ela. Nós não podemos sequer dizer se, e
a que proporções, as Formas que percebemos estão conectadas às Formas Abstratas
que associamos a elas. Em outras palavras, o fato de vermos uma maçã vermelha
como vermelha não significa que ela seja de fato vermelha.
De fato, se você perguntar a físicos, eles dirão a você
que a única verdadeira afirmação que você pode fazer sobre uma maçã vermelha é
que ela não é vermelha. Se você se lembra de como o Masach (a Tela) trabalha,
você sabe que ele recebe o que ele pode receber com o objetivo de doar ao
Criador e rejeita o restante.
Similarmente, a cor de um objeto é determinada pelas
ondas de luz que o objeto iluminado não pode absorver. Nós não estamos vendo a
cor do objeto em si, mas a luz
que o objeto rejeitou. A cor real do objeto é a luz
que ele absorveu; mas porque ele absorveu essa luz, ela não pode alcançar nosso
olho, e nós por conseqüência não podemos vê-la. É por isso que a cor real da
maçã vermelha é qualquer uma que não seja o vermelho.
Eis aqui como Ashlag, no Prefácio ao
Livro do Zohar, se refere à nossa falta de percepção da Essência: “É conhecido
que aquilo que não podemos sentir, nós também não podemos imaginar; e aquilo
que não podemos perceber, nós não podemos imaginar, também. ... Portanto o
pensamento não tem percepção alguma da Essência.”
Em outras palavras, por não podermos
sentir uma Essência, qualquer Essência, nós também não podemos percebe-la. Mas
o conceito que deixa a maioria dos estudantes
de Cabalá completamente perplexos a
primeira vez que eles estudam o Prefácio de Ashlag é quão pouco nós realmente sabemos
sobre nós mesmos. Eis o que Ashlag escreve acerca disso: “Além do mais, nós
sequer conhecemos a nossa própria Essência. Eu percebo e sei que ocupo um certo
espaço no mundo, que sou sólido, quente, e que eu penso, e sei de outras tais
manifestações das operações de minha Essência. Contudo,
se você me perguntar o que é a minha
própria Essência... Eu não saberei o que responder a você.”
Olhemos para o nosso problema de percepção de um outro ângulo, de um ângulo mais mecânico. Nossos sentidos são instrumentos de medição. Eles medem tudo que percebem. Quando ouvimos um som, determinamos se ele é alto ou baixo; quando vemos um objeto, nós podemos (habitualmente) dizer qual é a cor dele; e quando tocamos algo, nós imediatamente sabemos se é quente ou frio, úmido ou seco.
Todas ferramentas de medição operam de
forma similar. Pense numa balança com um peso de um quilo nela. O mecanismo de
pesagem tradicional é feito de uma mola que
estica de acordo com o peso, e de uma escala
que mede a tensão da mola. Logo que a mola para de se esticar e repousa em um
determinado ponto, os números na escala indicam o peso. Na verdade, não medimos
o peso, mas o equilíbrio entre a mola e o peso (Figura 6).
Este é o porquê do Cabalista Ashlag
dizer que nós não podemos
perceber a Forma Abstrata, o objeto em
si, porque nós não temos absolutamente nenhuma conexão com ele. Se pudermos
colocar uma mola nele para medir o impacto externo, obteremos algum resultado. Mas
se não pudermos medir o que
está acontecendo do lado de fora, é como
se nada estivesse acontecendo. Além do mais, se colocarmos uma mola defeituosa
para medir um estímulo externo, nós obteremos o resultado incorreto. Isto é o
que acontece quando envelhecemos e nossos sentidos se deterioram.
Em termos espirituais, o mundo exterior
apresenta a Forma Abstrata para nós, assim como o peso. Usando a mola e a
escala – o desejo de receber e a intenção de doar – medimos quanto da Forma
Abstrata podemos receber. Se pudéssemos construir um instrumento de medição que
“medisse” o Criador, poderíamos senti-Lo assim como sentimos nosso mundo. Bem, tal
instrumento de medição existe; ele é chamado de “o sexto sentido.”
3.4-O SEXTO SENTIDO
Vamos começar esta seção com uma pequena
fantasia: Estamos em um lugar escuro, um completo vazio. Nós não podemos ver nada,
não podemos ouvir som algum, não há cheiros nem sabores, e não há nada em que
possamos tocar à nossa volta. Agora imagine ficar neste estado por um período
tão longo que você até esquece que já teve sentidos que podiam sentir tais coisas.
Conseqüentemente, você também esquece que tais sensações podiam existir.
De repente, surge uma ligeira
fragrância. Ela fica mais forte e te envolve, mas você não pode detectar sua
origem. Então, mais cheiros surgem, alguns fortes, alguns fracos, alguns doces,
e alguns desagradáveis. Usando-os, você agora pode encontrar sua direção no
mundo. Fragrâncias diferentes vêm de diferentes lugares, e você pode começar a
encontrar sua direção ao segui-las.
Daí, sem prévio aviso, sons surgem de
todas as direções. Os sons são todos diferentes, alguns como música, alguns
como palavras, e alguns apenas ruídos. Mas os sons proveem orientação adicional
naquele lugar.
Agora você pode medir distâncias,
direções; você pode adivinhar de onde vêm os cheiros e os sons que você está recebendo.
Este apenas não é mais um espaço no qual você está; é um mundo completo de sons
e aromas.
Após algum tempo, uma nova revelação é
feita quando alguma coisa esbarra em você. Pouco depois, você descobre mais
coisas em que você pode tocar. Algumas são frias,
algumas são quentes, algumas são secas,
e algumas são úmidas. Algumas são duras e algumas são macias; algumas, você não
é capaz de decidir o que são. Você descobre que você pode pôr alguns dos
objetos que você está tocando em sua boca, e que eles têm sabores distintos.
Neste meio tempo você está vivendo em um
mundo abundante de sons, cheiros, e sabores. Você pode tocar os objetos em
nosso mundo, e você pode estudar o seu ambiente.
Este é o mundo do cego de nascença. Se
você estivesse no lugar dele, você sentiria que precisa do sentido da visão? Em
algum momento você saberia que você não o tem? Nunca. A não ser que você já o
tivesse antes.
O mesmo é verdade para o sexto sentido.
Nós não nos lembramos de já o termos possuído, embora todos nós já o tivéssemos
antes da quebra de Adam ha Rishon, do qual todos nós somos partes.
O sexto sentido opera de forma muito
similar aos cinco sentidos naturais, com a única diferença sendo que o sexto sentido
não é dado pela natureza, nós temos que desenvolve-lo. De fato, o nome “sexto
sentido” é um tanto enganoso, porque nós não estamos realmente desenvolvendo um
outro sentido; nós estamos desenvolvendo uma intenção.
Enquanto desenvolvemos esta intenção,
estudamos as Formas do Criador, as Formas de doação, opostas à nossa composição
egoísta original. É por isso que o sexto sentido não
é dado a nós pela Natureza; ele é oposto
a nós.
A construção da intenção sobre cada
desejo que sentimos, é o que nos faz conscientes de quem somos, de quem o
Criador é, e de se queremos ou não ser como Ele. Apenas se temos duas opções
diante de nós podemos fazer uma escolha verdadeira.
Portanto, o Criador não nos obriga a
sermos como Ele – altruístas – mas mostra-nos quem somos, quem Ele é, e nos dá
a oportunidade de fazer nossa livre escolha. Logo que fazemos nossa escolha,
nos tornamos as pessoas que pretendemos ser: semelhantes ao Criador, ou não.
http://projetoalquimia.wordpress.com/2012/03/13/kabalah/
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