CAPITULO IV
2.1-ASSIM COMO É ACIMA, É ABAIXO
2.1-ASSIM COMO É ACIMA, É ABAIXO
Se traçarmos um paralelo entre as fases
terrenas e as Quatro Fases Básicas da Luz, a era inanimada corresponde à Fase
Raiz, a era vegetativa corresponde à Fase Um, a era animal à Fase Dois, a era
falante à Fase Três, e a era espiritual à Fase Quatro.
A juventude fulminante do Planeta Terra
durou vários bilhões de anos. Quando esfriou, a vida vegetativa apareceu, reinando
sobre o planeta por mais vários milhões de anos. Mas assim como o nível
vegetativo na pirâmide espiritual é muito mais estreito que o nível inanimado,
o período vegetativo material foi mais curto do que o período inanimado na
Terra.
Após a conclusão da fase vegetativa veio
o período animal. Assim como foi com os dois graus anteriores, a era animal foi
muito mais curta que a era vegetativa, correspondendo à proporção entre o grau
vegetativo e o animal na pirâmide espiritual.
A fase humana, que corresponde ao nível
falante na pirâmide espiritual, tem estado por aí nos últimos quarenta mil anos
mais ou menos. Quando a humanidade completar sua evolução da quarta (e última)
fase, a evolução se completará e a humanidade se reunirá com o Criador.
A Quarta Fase iniciou-se a cerca de
cinco mil anos atrás, quando o ponto no coração apareceu pela primeira vez.
Assim como no mundo espiritual, o nome do homem que experimentou este ponto
pela primeira vez era Adão. Ele era Adam ha Rishon (O Primeiro Homem). O nome,
Adão, vem das palavras Hebraicas, Adameh la Elyon (eu serei como o Superior), e
reflete o desejo de Adão de ser como o Criador.
Nos dias atuais, no início do século
XXI, a evolução está completando seu desenvolvimento da Quarta Fase - o desejo de
ser como o Criador. É por isso que hoje mais e mais pessoas estão buscando
respostas espirituais às suas perguntas.
3-SUBINDO A ESCADA
Quando os Cabalistas falam sobre evoluir
espiritualmente, eles falam sobre subir a escada espiritual. É por isso que o
Cabalista Yehuda Ashlag chamou seu comentário sobre O Livro do Zohar de Perush
HaSulam (O Comentário Escada), pelo qual ele foi
chamado de Baal HaSulam (Possuidor da
Escada). Mas se voltarmos algumas páginas atrás, nós verificaremos que “subir a
escada” na verdade significa “voltar às raízes.” Isto é assim porque nós já
estivemos lá em cima, mas agora temos que imaginar como voltar para lá por nós
mesmos.
A raiz é o nosso objetivo final; é para
onde finalmente estamos nos dirigindo. Mas para chegarmos lá rapidamente e pacificamente
precisamos de um grande desejo por isso – um Kli. Tal desejo pela
espiritualidade pode apenas vir da Luz, do Criador, mas para se tornar forte o
suficiente, ele precisa ser intensificado pelo ambiente.
Vamos esclarecer isso um pouquinho: Se
eu quero uma fatia de bolo, eu imagino o bolo em minha mente, sua textura, cor,
doce fragrância, e a maneira como ele derrete em minha boca. Quanto mais eu
penso sobre ele, mais eu o desejo. Na Cabalá, nós diríamos que “o bolo brilha”
para mim com “Luz Circundante.”
Assim então, para desejarmos a
espiritualidade, precisamos adquirir um tipo de Luz Circundante que nos fará desejar
prazeres espirituais. Quanto mais Luz obtermos, mais
rápido progrediremos. Desejar a
espiritualidade é chamado de “elevar MAN,” e a técnica para fazer isso é a
mesma utilizada para aumentar o desejo pelo bolo – imagina-lo, falar sobre ele,
ler sobre ele, pensar sobre ele, e fazer o que puder para focar-se nele. Mas o
mais poderoso meio de aumentar qualquer desejo é o nosso ambiente social. Nós
podemos usar o ambiente para intensificar nosso desejo espiritual, nosso MAN, e
assim
acelerarmos nosso progresso.
Nós falaremos mais sobre o ambiente no
Capítulo Seis, mas no momento, vamos pensar nisto dessa forma: Se todos à minha
volta desejam e falam sobre a mesma coisa, e há apenas uma coisa que está “em
foco,” eu sou impelido a deseja-la.
No Capítulo Dois, nós dissemos que a
aparição de um Kli, um desejo, força os nossos cérebros a buscarem por uma maneira
de preencher este Kli com Ohr (Luz), para satisfaze-lo. Quanto maior o Kli,
maior a Luz; quanto maior a Luz, mais rápido encontraremos o caminho correto.
“Existe alguma diferença em chamar a Luz de “Luz
Circundante” ou apenas de “Luz”?
Os títulos diferentes, “Luz Circundante” e “Luz”,
referemse a duas funções da mesma Luz. A Luz que não é considerada Circundante
é a que experimentamos como prazer, enquanto a Luz Circundante é a Luz que
constrói o nosso Kli, o lugar onde a Luz finalmente entrará. Ambas na realidade
são a mesma Luz, mas quando a experimentamos corrigindo e construindo a
chamamos de “Luz Circundante.” Quando a sentimos como puro prazer, nós a
chamamos de “Luz.”
Antes de desenvolvermos um Kli, é
simplesmente natural que não recebamos Luz alguma. Mas a Luz está lá, circundando
nossas almas assim como a Natureza sempre
nos circunda. Assim, enquanto não temos
um Kli, a Luz Circundante constrói o nosso Kli para nós, aumentando nosso
desejo por ela.
Nós precisamos ainda entender como a Luz
Circundante constrói o nosso Kli e para começar porque é chamada de “Luz”. E
para entendermos tudo isso, precisamos entender o conceito de Reshimot.
Os mundos espirituais e a alma de Adam
ha Rishon evoluíram em uma certa ordem. Nos mundos, foi Adam Kadmon, Atzilut,
Beria, Yetzira, e Assiya; e em Adam ha Rishon, a evolução foi chamada pelos
tipos de desejos que emergiram – inanimado, vegetativo, animal, falante, e
espiritual.
Assim como não esquecemos nossa
infância, mas contamos com eventos passados nas experiências presentes, cada
passo completado no processo evolucionário não é perdido, mas é registrado em
nossa “memória espiritual” inconsciente. Em outras palavras, está dentro de nós
toda à história de nossa evolução espiritual, do período em que éramos um com o
Pensamento da Criação até hoje. Subir a escada espiritual significa lembrar-se
mais uma vez dos estados que já experimentamos, e descobrir estas memórias.
Estas memórias são apropriadamente
chamadas de Reshimot (registros), e cada Reshimo (singular de Reshimot) permanece
para um estado espiritual específico. Porque nossa evolução espiritual se
desdobrou em uma ordem específica, agora os Reshimot emergem em nós nesta exata
ordem. Em outras palavras, nossos estados futuros já estão determinados porque
não estamos criando nada novo, apenas nos lembrando de eventos que já ocorreram
conosco, os quais não percebíamos. A única coisa que podemos determinar, e nós discutiremos
isso detalhadamente nos próximos capítulos, é quão rápido podemos subir a
escada. Quanto mais duro trabalhamos ao subi-la, mais rápido estes estados
mudarão e mais rápido será nosso progresso espiritual.
Cada Reshimo é completado quando nós
completamente o experimentamos, e como uma corrente, quando um Reshimo acaba, o
próximo Reshimo emerge. Este próximo Reshimo originalmente criou o Reshimo
presente, mas porque agora estamos subindo de volta a escada, o Reshimo
presente está despertando seu criador original. Assim, nós nunca devemos esperar
terminar nosso estado presente para que possamos descansar, porque quando o
estado presente termina, ele conduzirá ao próximo na linha até que completemos
nossa correção.
Quando tentamos nos tornar altruístas
(espirituais), aproximamo-nos de nosso estado corrigido porque despertamos os
Reshimot mais rapidamente. E por serem estes Reshimot registros de experiências
espirituais superiores, as sensações que eles criam em nós são sensações mais
espirituais. Quando isto acontece, começamos a sentir vagamente a conectividade,
a unidade, e o amor que existe naquele estado, parecendo muito com uma luz
tênue, distante. Quanto mais tentamos alcança-la, mais próximo chegamos dela, e
mais forte ela brilha. Além do mais, quanto mais forte a Luz, mais forte o nosso
desejo por ela, e assim a Luz constrói o nosso Kli, nosso desejo pela
espiritualidade.
Agora vemos também que o nome, “Luz
Circundante,” descreve perfeitamente como nós a sentimos. Enquanto não a tivermos
alcançado, a veremos como externa, nos atraindo com sua ofuscante promessa de
felicidade. Toda vez que a Luz constrói um Kli grande o suficiente para que
entremos no próximo nível, o próximo Reshimo chega
e um novo desejo emerge em nós. Nós não
sabemos porque nossos desejos mudam, porque eles sempre são partes de Reshimot
de um grau mais elevado que o nosso nível atual, mesmo quando eles não parecem
ser.
http://projetoalquimia.wordpress.com/2012/03/13/kabalah/
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