Em vista da crise global atual, a
humanidade começou a procurar por novas possibilidades e modos de pensar. Tais modos
são as antigas, embora muito pertinentes, sabedorias nativas. Para elas, a
consciência planetária não é meramente uma noção auxiliar, mas a verdadeira
essência delas. Quando estudamos esses modos, entendemos que a nova consciência
planetária é na verdade uma velha, consciência perene; que só agora está sendo
redescoberta.
De fato, é tarde o bastante para
a consciência planetária ser redescoberta. Nós costumávamos pensar que a
consciência humana “normal”, típica, é o que captamos com nossos cinco sentidos.
Nós consideramos tudo mais, imaginário. A percepção comum era que nós
terminávamos onde nossa pele terminava. Outras visões eram consideradas como
“nova era,”
“místicas”, ou “esotéricas.”
Idéias de que nós, de alguma forma, estamos juntos, de que há um contexto do
qual nós somos partes de um grande todo, foram consideradas exceção na história
da civilização.
Mas se olharmos para a história
das idéias, nós iremos encontrar que a verdade é exatamente o contrário. O pensamento
reducionista, mecanicista e fragmentado que se desenvolveu no mundo Ocidental
nos últimos 300 anos não é a norma, mas a exceção. Outras culturas não
compartilham desta visão. Mesmo o Ocidente não aderiu a ele antes do surgimento
da visão de mundo mecanicista que ele herdou como uma aplicação (ou má
aplicação) da filosofia da natureza de Newton.
Em outras culturas, assim como no
mundo Ocidental antes dos tempos modernos, a consciência prevalecente era uma
de integração, de unidade. Culturas mais tradicionais não concordam que as
pessoas não têm nada em comum além de interesses passageiros que vêm a
coincidir.
As raízes clássicas de todas as
tradições de sabedoria são conceitos de uma “consciência planetária.” Este
termo define a consciência de nosso destino comum como seres humanos, como
cidadãos deste planeta. Se vamos sustentar nossa existência, se vamos assegurar
que nossos filhos e netos tenham um futuro seguro e sustentável, precisamos
criar uma consciência planetária.
Para movermos adiante, precisamos
cultivar uma maneira de pensar que nos habilite a formar uma família humana
unida, uma civilização planetária. Contudo, esta civilização não precisaria ser
uma cultura monolítica onde todos seguem as mesmas idéias, e uma pessoa ou
nação dita tais idéias para todos os outros. Pelo contrário, precisaria ser uma
civilização diversa da qual os elementos se reúnem para manter e desenvolver o
sistema todo, a civilização planetária da humanidade.
Esta diversidade é o elemento de
harmonia, o elemento de paz. Toda sociedade que sobreviveu a possuiu. Apenas as
sociedades Ocidentais e ocidentalizadas a esqueceram. No processo de criação do
progresso técnico e econômico, elas fragmentaram a integridade, a unidade do
sistema. Não podemos perder tempo para restaura-la.
Assim como aprendi através da
familiaridade com os escritos do Dr. Laitman, a Cabalá em sua autêntica forma não
apenas promove o conceito de unidade e a integridade da humanidade e do
universo, ela também oferece medidas práticas para restaura-las quando
perdidas.
É minha sincera recomendação ler
cuidadosamente este livro, pois ele provê muito mais que conhecimento geral
sobre uma antiga sabedoria. Ele também nos provê com uma chave para
assegurarmos o bem-estar da humanidade nestes tempos críticos, nos quais
encaramos o inédito desafio de escolher entre o caminho regressivo que conduz
ao colapso mundial, e o caminho progressivo que pode nos trazer a um mundo de
paz, harmonia, bem-estar, e sustentabilidade.
Ervin Laszlo
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